Escutando You've got time - Regina Spektor
A resposta é: quando escrevo, liberto-me. E, mais uma vez, preciso. Escrevo porque sinto e aqui eu extravaso.
Sou diabética tipo 1 há quatorze anos. Fui diagnosticada com retinopatia leve dia 15 de maio. Não estou cega. É muito cedo para dizer que eu fique. Porém, há possibilidade. O cuidado que eu não estava tendo ou a falta dele, está sendo revisto. Estou numa louca correria atrás de médicos, medicamentos e cuidado, MUITO CUIDADO, comigo mesma. Uma semana depois soube da neuropatia nas pernas também. Isso também me assusta muito.
Não tem sido fácil. Depender de boa vontade de médicos é um horror. E não tenho tido boas experiências nesse check-up completo a que tenho me submetido por conta própria. Entretanto, as pessoas que me cercam estão sendo de uma generosidade e cuidado, que eu sempre soube que teria, mas que ao mesmo tempo tem transcendido, porque as pessoas têm sido incríveis.
A retinopatia tem me acompanhado mais, porque, dependendo do nível da minha glicose, eu sinto minha visão embaçada. Aplico insulina e logo se resolve. Mas esse leve desespero tem me apavorado muitas vezes. Por isso decidi escrever. Quero me libertar da angústia.
A princípio, quero fazer um blog destinado a coisas que ainda quero ver, como o próprio nome já diz. Porém, se sentir necessidade de atualizar sobre minha saúde, colocarei títulos acompanhados de "[OFF]" para sinalizar.
Tudo o que mais quero ver ainda é meu filho Fernando crescer e se tornar o que ele quiser ser na vida. Isso que me importa. O "resto" são pequenas coisas do dia a dia que tô aprendendo a ver melhor, a valorizar mais.
O que denominei agora de "restos" são, na verdade, pedaços de um mundo que me agarro e não quero largar.
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