sábado, 8 de junho de 2019

Eu mesma no espelho


Desde o dia 15 de maio eu mudei bruscamente minha vida, começando pela própria forma de pensar sobre ela e tudo que eu quero para a minha. 

Estou ainda maratonando médicos, conhecendo profissionais para escolher os que irão me acompanhar, que entendam as minhas necessidades e as acolham e, a partir disso, façamos planos e metas para que eu fique melhor. 

Mudei minha alimentação. Cortei tudo o que sabidamente não é bom para o organismo de qualquer ser humano, mas a gente mesmo assim vai lá, come e insiste, para saciar as lombrigas ou compensar algo - não sei ainda por que me estraguei tanto ao longo dos anos. Nesta nova dieta alimentar, só não cortei todos os carboidratos, porque ainda estou com muitas hipoglicemias (3 a 4 por dia), por conta da insulina que ainda estou usando, mas deixarei de usar em breve. Porém, tenho me alimentado muito melhor. E não tô comendo nada ruim ou sem sabor, todas as refeições são deliciosas (e coloridas). Tenho que me controlar é pra não exagerar na quantidade. E o endocrinologista foi bem claro: sem álcool nos próximos três meses, pelo menos. 

Mudei hábitos. Há seis dias caminho no mínimo trinta minutos no Centro Olímpico em Canoas. Até na quarta que achei que não fosse, porque cheguei às 22h de uma reunião, fui. Tá sendo bem bom. Mais do que eu imaginava. São trinta minutos pra pensar, ouvir uma música e, de quebra, baixar a glicose e ajudar a insulina a circular melhor.

Estou usando o tempo inteiro uma pequena pochete daquelas de guardar documentos em viagem. Ali deixo as insulinas/agulhas, o medidor de glicose e algo que rapidamente aumente minha glicose em caso de hipoglicemia. Às vezes dá pra colocar embaixo da roupa e nem aparece, principalmente que estamos quase no inverno e os casacos cobrem. Noutras eu deixo por cima mesmo, não me importo muito. Escondi tanto tempo o diabetes de mim e dos outros que agora que estou nessa fase de empoderamento diabético não quero esconder mais nada. Quero que chegue um dia em que seja estranho não verem a pochete e me questionarem. Porque aí eu sei que terei vários olhos em cima de mim para não me deixar desistir.

E quem aguenta tudo isso ao meu lado? Quem me ama, quem quer me ver bem, quem quer me ver viva e com qualidade de vida por muito tempo. Serei eternamente grata por todos que seguem na minha vida me dando apoio, suporte e força para jamais desistir.

Ainda quero ver eu mesma no espelho muitas vezes e seguir enxergando quem me vê. "Eu, filha do carbono e do amoníaco..."

2 comentários:

  1. Eu estou muito feliz de ver essa mudança acontecendo. Não existe julgamento na sua atitude e muito menos na minha alegria. Você é uma grande inspiração e agradeço sempre por ter cruzado contigo nessa vida.

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